Relativismo
Tudo é relativo, tudo, excepto a descoberta da teoria da relatividade. Einstein, se fosse português, jamais a conseguiria descortinar. Assim, só a descoberta da teoria da relatividade não é relativa. Teoria da relatividade é igual a Alemanha, não há dúvida alguma. Alguém nascido neste Portugal não teria, nesse campo, quaisquer hipóteses. E não tem nada a ver com subsídios e essas tretas de apoio do Estado. “Ai, o Estado não apoia a investigação e o desenvolvimento”… Nada disso! A não descoberta da teoria da relatividade por um português tem tanto a ver com Portugal como a teoria da relatividade tem a ver com a Alemanha.
Numa Alemanha quase totalmente plana fica fácil imaginar o dia-a-dia do Einstein a meter uma mão sobre a testa, á marinheiro sem mar, para olhar a longínqua linha do horizonte, franzindo primeiro um olho, depois o outro, tal é a dificuldade para se enxergar tão longe. O que pode pensar e sentir uma pessoa quando se depara com a linha do horizonte quase em cima do infinito? Pensa no infinito, ora! Pensa e anda ali às voltas para trás e para a frente, sem sair do sítio, até encontrar uma fórmula que o justifique e que o deixe mais seguro em relação à inquietude do tempo e do espaço, em relação à instabilidade do desconhecido.
Um português, sem grande esforço, olha em frente e leva com, por exemplo, a montanha do Gerês ou serra da Estrela nos olhos. E pronto, é o deslumbre! Se há alguma coisa em que pensar nestas situações é na forma de as escalar, de as dominar, de as conhecer, de as ultrapassar, de as desbravar. Não dá muito que pensar. É agir e pronto. A vida existe e está ali vivinha a dar-nos nas vistas e a desconcertar-nos os pensamentos.
Numa grande planície quase nada nos pode acontecer e quando assim é resta-nos pensar em tudo e mais alguma coisa só para entreter. Eh… Já que estamos “práli”, naquele mundo sem fim, vamos lá encher a cabeça de pensamentos. No sopé de uma montanha há sempre a possibilidade de uma árvore cair e nos abrir a cabeça ao meio, de um desmoronamento acontecer sem nos dar hipótese alguma de fuga. Numa planície fica-se a ver, a olhar para o vazio, a divagar, passivo. Se alguma ânsia física nos aflige podemos correr sem nunca chegarmos ao final. E então pensamos: Se conseguirmos correr em direcção à linha do horizonte e voltar mais rápido que a velocidade da luz, chegamos ao ponto inicial “já” no passado! E tem-se uma teoria. Se um português pensa em correr rápido demais corre um sério risco de entrar pelo imenso mar adentro. E é uma maravilha!
A Alemanha tem teorias; Nós temos assombros.
Depois, como é que um português pode entender as estrelas se tem os ramos das árvores pelo meio a perturbarem-lhe a observação e os cumes das montanhas ali quase como a impedirem-no de ver o filme todo?, se tem um mar que as reflecte ainda mais cristalinas? Até mesmo o observador mais atento se perderia na pesquisa. Na planície alemã, durante a noite, vê-se o céu a aterrar na terra para qualquer lado que se olhe, limpinho, “sem espinhas”, sem fim. Uma pessoa deita-se no chão e fica sem ver mais nada que não seja estrelas. E pensa-se no passado. E descobre-se na luz das estrelas o significado do passado. Mas, que interessa ao português o passado se ele só se trama no presente? É por isso que eu estimo a ansiedade, a vivacidade, a fatalidade, a dificuldade, a felicidade, a aflição de ser português feito em Portugal.
O nosso terreno agreste e a excelência do nosso mar justificam, do meu ponto de vista, a não descoberta da teoria da relatividade, mas, o que justificará o resto? Talvez suavidade do nosso clima, ou a ideia preconcebida de que o clima nos condiciona.
Numa Alemanha quase totalmente plana fica fácil imaginar o dia-a-dia do Einstein a meter uma mão sobre a testa, á marinheiro sem mar, para olhar a longínqua linha do horizonte, franzindo primeiro um olho, depois o outro, tal é a dificuldade para se enxergar tão longe. O que pode pensar e sentir uma pessoa quando se depara com a linha do horizonte quase em cima do infinito? Pensa no infinito, ora! Pensa e anda ali às voltas para trás e para a frente, sem sair do sítio, até encontrar uma fórmula que o justifique e que o deixe mais seguro em relação à inquietude do tempo e do espaço, em relação à instabilidade do desconhecido.
Um português, sem grande esforço, olha em frente e leva com, por exemplo, a montanha do Gerês ou serra da Estrela nos olhos. E pronto, é o deslumbre! Se há alguma coisa em que pensar nestas situações é na forma de as escalar, de as dominar, de as conhecer, de as ultrapassar, de as desbravar. Não dá muito que pensar. É agir e pronto. A vida existe e está ali vivinha a dar-nos nas vistas e a desconcertar-nos os pensamentos.
Numa grande planície quase nada nos pode acontecer e quando assim é resta-nos pensar em tudo e mais alguma coisa só para entreter. Eh… Já que estamos “práli”, naquele mundo sem fim, vamos lá encher a cabeça de pensamentos. No sopé de uma montanha há sempre a possibilidade de uma árvore cair e nos abrir a cabeça ao meio, de um desmoronamento acontecer sem nos dar hipótese alguma de fuga. Numa planície fica-se a ver, a olhar para o vazio, a divagar, passivo. Se alguma ânsia física nos aflige podemos correr sem nunca chegarmos ao final. E então pensamos: Se conseguirmos correr em direcção à linha do horizonte e voltar mais rápido que a velocidade da luz, chegamos ao ponto inicial “já” no passado! E tem-se uma teoria. Se um português pensa em correr rápido demais corre um sério risco de entrar pelo imenso mar adentro. E é uma maravilha!
A Alemanha tem teorias; Nós temos assombros.
Depois, como é que um português pode entender as estrelas se tem os ramos das árvores pelo meio a perturbarem-lhe a observação e os cumes das montanhas ali quase como a impedirem-no de ver o filme todo?, se tem um mar que as reflecte ainda mais cristalinas? Até mesmo o observador mais atento se perderia na pesquisa. Na planície alemã, durante a noite, vê-se o céu a aterrar na terra para qualquer lado que se olhe, limpinho, “sem espinhas”, sem fim. Uma pessoa deita-se no chão e fica sem ver mais nada que não seja estrelas. E pensa-se no passado. E descobre-se na luz das estrelas o significado do passado. Mas, que interessa ao português o passado se ele só se trama no presente? É por isso que eu estimo a ansiedade, a vivacidade, a fatalidade, a dificuldade, a felicidade, a aflição de ser português feito em Portugal.
O nosso terreno agreste e a excelência do nosso mar justificam, do meu ponto de vista, a não descoberta da teoria da relatividade, mas, o que justificará o resto? Talvez suavidade do nosso clima, ou a ideia preconcebida de que o clima nos condiciona.
Fica a inquietação.
4 Bocas:
A tua teoria apresenta algumas falhas grave ou então esqueceste-te que partes do Alentejo são tão extensas que nem arvore ou montanhas avistas e o Alqueva ainda está a encher.
Olha que no Alentejo as condições que descreveste como relevantes para a descoberta da teoria da relatividade também existem e existiam, tens que refinar a teoria...A não ser que não consideres os alentejanos portugueses.
Depois grande parte da teoria da relatividade foi elaborada quando o Einstein estava na Suíça rodeado de montanhas por todos os lados.
Quanto ao clima influenciar a maneira como vivemos não tenho a mínima duvida quanto mais sol mais descontraídos ficamos...por isso se queremos um dia descobrir algo tão revolucionário como a teoria da relatividade (eu por mim prefiro assim) só no resta continuar a emitir mais um CO2 (zito) para a atmosfera a ver se é desta que transformamos o nosso rectângulo numa pista de gelo e aí pode ser que algum tuga invente algo realmente interessante tal como o teletransporte para ver se se pira de vez deste país ou isso ou concorre a um cargozito como Presidente da comissão europeia ou funcionário das nações unidas.
Djalves
Relativamente ao comment anterior, devo informar que a libertação de CO2 para a atmosfera faz aumentar o efeito de estufa que, por sua vez, contribui para o aumento da temperatura e não para a diminuição.
Revê os teus apontamentos...
:-)
Já estive a ler umas coisas sobre o assunto e há teorias que defendem que o CO2 pode impedir a entrada dos raios de sol na atmosfera provocando o arrefecimento e não o aquecimento.
O Einstein até escreveu a teoria na Suiça mas pensou-a na Alemanha. ;-)
"Direito ao contraditório" ou “Uma nova teoria relativa que vai revolucionar tudo o que se sabe...ainda mais contraditório do que a teoria que a velocidade da luz nem sempre foi constante do João Magueijo.
Sobre o CO2 e as teorias que existem penso que já descobriste que há teorias paras todos os gostos.
Sobre onde foi pensada a teoria da relatividade e a envolvente que permitiu a sua elaboração tenho outro ponto de vista.
Enstein viveu os seus primeiros anos de vida em Munique (1 a 15) e se existe uma região com montanhas à porta, essa região é a Baviera independente de as zonas circundantes de Munique serem planas. Em dias de claridade não passam despercebidas no horizonte.
Depois disso viveu em Pádua (terra onde faleceu o nosso Santo António) e também confronta com os Alpes e mais tarde mudou-se para a Suíça onde trabalhava nos correios e onde se encontrava aquando da publicação dos seus trabalhos.
No entanto o teu argumento de que ele teria pensado a teoria na Alemanha levou-me a pesquisar um pouco mais e penso que tenho que concordar contigo.
A minha teoria é que realmente deve ter sido durante a sua estadia na Baviera que Enstein tenha começado a postular o que nós hoje conhecemos como a teoria da relatividade no entanto não seria certamente a planicidade da Baviera que o inspirou era certamente outra coisa...algo que todos nós conhecemos como típico dessa região ...Sim é isso a CERVEJA.
O jovem Einsten terá constatado por certo por experiência própria que o consumo de cerveja leva à perda da noção de espaço e tempo.
Assim a teoria basear-se-ia na mesma fórmula (E = MC^2) que hoje todos conhecemos mas em que o C corresponderia à velocidade de consumo de Cerveja e que hoje se apresenta como constante (3x10^8 lt/s). Pode-se dizer que a uma velocidade de consumo desta grandeza é mesmo possível recuar e avançar no tempo. E que o próprio universo se dobra isto claro só com efeitos práticos no observador que se encontra ébrio daí o seu carácter relativo.
Penso ainda que o jovem terá andando constantemente a fazer experiências etílicas e é por isso que mais tarde diria que só começou a ter esses pensamentos sobre relativismo por volta de 1905. Na verdade o que lhe aconteceu foi que ele passou por uma experiência temporal relativa uma vez que o tempo para ele decorreu mais depressa e perdeu a noção de quando realmente começou a pensar sobre o assunto.
PS: Aparentemente o Mageijo também se lembrou da sua teoria numa manhã após uma ressaca existem aqui demasiadas coincidências e paralelismo. Acho que vou beber umas “bejecas” e já volto espero que ainda neste século ou então quando o Benfica for campeão.
Djalves
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